As profundas desigualdades na distribuição da riqueza no mundo atingiram actualmente proporções verdadeiramente chocantes.
Em 1974, durante a Conferência
Mundial sobre Alimentação, as Nações Unidas
estabeleceram que “todo homem, mulher, criança, tem o direito
inalienável de ser livre da fome e da desnutrição...”.
Portanto, a comunidade internacional deveria ter como maior objetivo a
segurança alimentar, isto é, “o acesso, sempre, por
parte de todos, a alimento suficiente para uma vida sadia e ativa”.
E isso quer dizer:
acesso ao alimento: é condição necessária,
mas ainda não suficiente;
sempre: e não só em certos momentos;
por parte de todos: não bastam que os dados estatísticos
sejam satisfatórios. É necessário que todos possam
ter essa segurança de acesso aos alimentos;
alimento para uma vida sadia e ativa: é importante que
o alimento seja suficiente tanto do ponto de vista qualitativo como
quantitativo.
Os dados que possuímos dizem que estamos ainda muito longe dessa
situação de segurança alimentar para todos os habitantes
do planeta.
Há 800 milhões de pessoas
desnutridas no mundo.
- 11 mil crianças morrem de fome
a cada dia.
- Um terço das crianças
dos países em desenvolvimento
apresentam atraso no crescimento físico e intelectual.
- 1,3 bilhão de pessoas no mundo
não dispõe de água
potável.
- 40% das mulheres dos países em
desenvolvimento são
anêmicas e encontram-se abaixo do peso.
- Uma pessoa a cada sete padece fome no
mundo.
Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio
prevêem que, até 2015, a fome atinja menos de 10% da população global.
Actualmente, 16% da população mundial passa fome, sendo que, em 2009,
18% da população mundial estava nesta situação.
“O objectivo de redução da fome mundial corre um sério risco”,
continuou Diouf, que recordou ainda os recentes aumentos do preço dos
alimentos, o que poderá levar o número de pessoas que sofrem de fome
crónica novamente para a fasquia dos mil milhões.
Ainda assim, recorda a FAO, esta descida da fome mundial esteve
relacionada – ela própria – com a descida do preço dos alimentos face à
crise alimentar de 2007 e 2008.
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