“O meu filho nasceu, de forma normal… Mas, logo nesse dia, tive um dia cheio de trabalho e compromissos…
O meu filho aprendeu rapidamente a comer, e quase não dei conta!... Aprendeu a falar, na minha ausência.
O meu filho dizia-me, à medida que ia crescendo:
- Pai, quando crescer, serei como tu! Quando regressas a casa, pai?”
- Não sei, mas quando regressar, havemos de brincar juntos…
O meu filho já fez 10 anos e, há poucos dias, disse-me:
- Obrigado pela bola que me ofereceste, papá. Queres jogar comigo?
- Hoje não, meu filho, pois tenho muito que fazer.
- Está bem, papá, será outro dia.
E saiu a correr e com as mesmas palavras nos lábios:
- Eu quero ser como tu. Quando regressas a casa, pai?
Não sei, mas quando voltar, havemos de brincar juntos…
O meu filho terminou há dias a universidade. Está um homem feito.
- Meu filho, sinto-me orgulhoso de ti. Senta-te e falemos um pouco da tua vida.
- Hoje não, pai, tenho compromissos…Por favor, empresta-me o carro para ir visitar uns amigos.
Agora estou reformado e o meu filho vive noutro lugar. Hoje telefonei-lhe:
- Meu filho, queria ver-te!...
- Ficaria encantado, pai, mas hoje não tenho mesmo tempo… Tu sabes bem como é… o trabalho, as crianças… mas agradeço por me teres telefonado. Gostei de poder ouvir a tua voz.”
Ao pousar o telefone (tarde demais), cai na conta, aquele pai, que o seu filho estava pondo em prática aquelas suas palavras: “Eu quero ser como tu”.
Texto da Revista Cruzada – Abril 2008
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